segunda-feira, 25 de janeiro de 2010


         
Quando vemos o início de um "culto", com anúncios bombásticos daquilo que vai acontecer naquele lugar, naquela hora, já podemos prever que estamos diante de um espetáculo de ilusionismo, consoante a advertência fornecida por Jesus, em Mt.7.22-23.
Num culto verdadeiro, apenas chegamos para adorar aquele que amamos acima de todas as coisas e, os resultados disso, em nossa vida (se houver), ficam a cargo do Espírito do Senhor. O culto verdadeiro se centraliza na exaltação e glorificação a Deus e não nas necessidades e interesses humanos. Mas, se o buscamos de coração, sempre haverá, de retorno, o resplendor da glória do Senhor até mesmo em nossa face (Ex.34.29) e isso nos basta - IICo.3.18.
É perfeitamente benéfico e até muito salutar a pessoa ser tocada, pela pregação da palavra e ação do Espírito e com isso se emocionar, chegando por vezes às lágrimas incontidas e ao paroxismo das comoções. Mas, o contrário disso, o que temos visto proliferar ultimamente, são as camelices "evangélicas" dos especialistas em patetismo, manipulando auditórios ingênuos, para chegar-se a resultados geitosamente pretendidos (Mc.7.9), sem nenhuma forma de bonsenso e escrúpulo.
E, por outro lado, se de fato se quer evidenciar publicamente que pessoas estão sendo curadas, porque então não entrevistar o médico que constatou a aludida doença e, posteriormente, a cura? Não seria melhor obter uma palavra abalizada sobre cada caso, do que extrair essa palavra da própria pessoa, leiga, envolvida emocionalmente? Não estamos trabalhando com a verdade libertadora, absoluta, no caminho da honestidade? Dessa forma, também os médicos poderiam ver, comprovar o poder de Deus, principalmente porque alguns deles são cépticos quanto a isso
O problema é que temos, pelos testemunhos irradiados e televisionados, milhares de pessoas sendo "curadas" e os doentes continuam chegando, sem que haja socialmente impacto e reconhecimento de que há (na verdade) essa manifestação do poder de Deus em nosso meio - IIRs.5.15, Mt.5.26. Vemos que nos dias de Jesus e dos apóstolos o mundo era sacudido e bombardeado com o evangelho do Reino, e as multidões eram impressionadas pelos grandes sinais incontestáveis que se davam - At.4.16.
Hoje, são feitas tentativas tencionando imitar o que se deu no dias apostólicos, quando até a sombra veiculava o poder de Deus; porém, nos dias atuais, tudo é diferente: a Igreja era uma só (unânime) e tinha tudo em comum, sem difração de forças e com a somatória de todas as vidas redimidas por Cristo Jesus. Hoje, estamos todos divididos em quase 30 mil denominações (que se dizem cristãs), contrariando todo ensino bíblico, o apelo de Paulo Ef.4.1-7, ICo.1.10, e a oração do nosso Senhor - Jo,17. E, o que é pior, é que cada denominação dessas traz em seu bojo o orgulho de ser a melhor representação do corpo de Cristo.
Jesus nos ordenou para irmos ao mundo pregando o evangelho, Mc.16.15-17, Mt.28.18-20, e os sinais do Reino nos acompanhariam, confirmando a presença do Espírito Santo conosco; mas, o que se vê, são pregadores se autopromovendo, colocando os "sinais" como chamarisco às multidões, visando propagar sua instituição, o fomento do seu próprio reino. Temos trabalhado com muitas denominações, num ministério que não propaga instituição alguma e que tem por finalidade levar pessoas aos pés da cruz. Nesse trabalho, pecadores se derramam diante do Senhor e vemos quanta carência há no seio de todas as igrejas! A conclusão a que chegamos é que a única coisa que conseguimos mudar (de fato) é a placa das fachados dos templos; porque os problemas são os mesmos em todas as comunidades... não há diferença! Quando alguém lidera um movimento separatista, no seio da Igreja de Cristo, a leitura que devemos fazer é que ali está um coração orgulhoso e renitente, que não crê que o Senhor mesmo é quem edifica sua Igreja - Mt.16.18.
Tenho uma certa saudade dos tempos em que, no Brasil, éramos chamados de protestantes, perseguidos com pedradas e até impedidos de sepultar os nossos mortos em semitérios públicos. Mas, mesmo com isso, a igreja se mantinha com qualificação moral e os pastores eram respeitados como expoentes da cultura e da ética no país. Éramos, como povo de Deus, um pão leve substancioso (ICo.10.17); hoje, infelizmente, somos perante o mundo, um pão abatumado e de sabor insípido. Deus tenha misericórdia de nós! Ao grande Deus, criador do céu e da terra, sejam dadas honra, glória e louvor para sempre!
        

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