quarta-feira, 16 de junho de 2010

UMA REFORMA AGRÁRIA DE VERDADE


Na introdução à lei de Deus, temos uma importante afirmação: "Eu sou o Senhor, o teu Deus" - Ex.20.2.Essa afirmativa torna-se mais importante do que a própria lei, uma vez que, a partir de então, o Senhor incumbe-se de conduzir a vida desse povo, Israel, fazendo dele um instrumento para a realização dos seus elevados propósitos entre todos os povos da terra - Dt.4.32-40. As expressões mais repetitivas que encontramos, nessa parte das Escrituras, são: "Eu serei o teu Deus" e "tu (Israel) serás o meu povo exclusivo."- Dt.7.6.O propósito da lei era, por mais absurdo que possa parecer, trazer a esse povo plena libertação. Um exemplo disso podemos ver na lei que estabelecia o ano do jubileu, Lv.25.8-34, o quinquagésimo ano, em que a trombeta era tocada, anunciando a libertação de todas as formas de cativeiro, advindas das dominações econômicas.Com isso, seria impossível o acúmulo de riqueza em demasia e a formação de carteis impondo domínios econômicos em detrimento aos menos favorecidos. A ordem era não oprimir o estrangeiro (Lv.19.33), o diarista (Dt.24.14), o próximo (Lv.19.13), o órfão e a viúva (Zc.7.10); mas, os mais abastados deveriam estender favoravelmente a mão, generosamente, na direção dos desafortunados - Dt.15.7-11. E, na casa do Senhor, não poderia faltar mantimento (Ml.3.10, Dt.26.12-13) para o estrangeiro, o órfão e a viúva.Uma reforma agrária acontecia de 49 em 49 anos. Essa redistribuição das terras periodicamente reajustavam as economias e davam a todos novas possibilidades de desenvolvimento.  Essa sistemática mostrava-se muito mais eficaz naqueles dias, do que nossos modernos modelos sociais democráticos ou comunistas. Como sombra do que aconteceu no passado, até hoje os judeus têm um compromisso pessoal de ajuda mútua, em caso de necessidade.Era também isso que a Igreja deveria estar fazendo, como se deu no início de sua história. A Igreja não está mais debaixo da lei e sim da graça; mas, por isso mesmo, deveria estar fazendo muito mais do que a lei foi capaz de produzir. A lei estabelece obrigatoriedade, compulsividade; a graça, por sua natureza e força motivadora, produz criatividade, espontaneidade e generosidade. A lei assegura o que é básico, imprescindível; mas, a graça vai muito além e é capaz de chegar à plenitude do que Deus planejou para a vida humana e o congraçamento de seus filhos - Ef.4.13-15. Vamos entender melhor o que se encontra no coração do nosso Pai a nosso respeito, nos dias de hoje. Aleluia!

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