sábado, 23 de abril de 2011

VIDA EM PLENITUDE

         
                      Se não temos conteúdo de vida, com valores imprescindíveis e absolutos, sempre que houver uma ofensa qualquer, esta irá romper a casca de aparente tranquilidade de nossa vida e o nosso orgulho ferido e violência virão à tona. Se não há plenitude de vida em nós, as nossas carências nos levarão à manipulação das pessoas ao nosso redor e não poderemos edificá-las, porque nós mesmos precisaremos de edificação.
                    Há duas coisas que buscamos basicamente: segurança e valorização. E, verdadeiramente, ninguém poderá nos dar essas coisas a não ser Deus. As pessoas, ainda que sejam as mais queridas, nos decepcionam porque são imperfeitas. Os maridos frustram suas esposas, as esposas desapontam os maridos, os pais erram na educação de seus filhos, os filhos envergonham seus pais, por que, a bem da verdade, todos temos nossos defeitos.
                     Quando não estamos supridos com os valores absolutos, precisamos sempre de alguns anestésicos e cobramos valorização, consideração, amor e até bajulação. Caso contrário, o que se assomará em nossa vida será o conflito, a indisposição, o revanchismo. Como é extremamente complicado conviver com pessoas carentes que, constantemente, nos cobram os suprimentos para as suas necessidades emocionais.
                     O Senhor nos recebe assim como somos, podendo suprir em Cristo Jesus cada uma das nossas necessidades, Fp. 4.19, nos dando a sua riqueza e segurança (visto que é por sua graça e, evidentemente, não há medo em perder o quinhão que recebemos, sabendo que os dons de Deus são irrevogáveis - Rm.11.29) porque dimanam da fidelidade do nosso Salvador.
                   Isso não quer dizer que em Cristo temos, como que um colete a prova de balas para os sofrimentos da vida; mas, se sofremos, ainda que injustamente, IPd. 4.14, isso não subtrai a nossa segurança e senso de valor, visto que já fomos valorizados por ele. Nosso propósito será sempre honrar ao nosso Salvador, edificando as pessoas com as quais convivemos, por mais negativas que sejam as suas reações. Deus estará sempre suprindo nossas necessidades de fé, amor, paz e segurança.
                     Se vivemos usando estratégias humanas para atingir a felicidade que sonhamos, os valores sem os quais não se vive (apenas se debate com a vida) estaremos sempre manipulando as pessoas e as coisas que nos cercam. Se for isso que vivemos, será isso que estaremos repassando aos nossos filhos e, logicamente, também eles serão manipuladores e não edificadores para a glória de Deus.
                     Será que o desejo de receber carinho e atenção não poderá ser legítimo? Sim, desde que seja desejo não motivado pela carência. Deus, no seu relacionamento conosco, supre mais as necessidades que os desejos, Sl. 37.4, por meio dos valores absolutos, uma vez que somente ele pode nos trazer esse suprimento. Mas, criou o mundo inteiro, os seres animados e inanimados, as coisas, a mulher, o homem, o casamento, a família, o trabalho, para a satisfação dos nossos desejos. Portanto, é Deus quem nos fornece as motivações para uma vida com significado.
                        Sem o conhecimento dos caminhos de Deus, e com um grande vazio dentro de si, o homem usa o que tem e sabe que lhe dará prazer, ainda que momentâneo. Assim ocorre com o uso do sexo, das drogas, da bebida, "ad infinitum, ad nauseam". Só que não se chega à solução de um problema espiritual e psicológico, pelo prazer momentâneo, físico e superficial. É o mesmo que tomar um analgésico, com um tumor no cérebro. No momento a dor passa e tem-se a impressão de ter sido corado; mas, o efeito do remédio passa e o tumor continua lá.
                       Quando não temos o prazer espiritual, a verdadeira alegria de viver, precisamos dos prazeres efêmeros, para sufocar o grito e clamor da alma. Se não fôssemos criados a imagem e semelhança de Deus, isso bastaria. Se fôssemos apenas como os animais, um tufo de capim e uma fêmea no cio... isso já estaria ótimo. É que Deus nos fez quase eternos, Ec. 3.11, com capacidade de corresponder a sua expectativa, na realização de seus mais elevados propósitos.
                        Assim, nos diz Agostinho: "Fizeste-nos para ti e inquieto estará o nosso coração, enquanto não descansar em ti". Aleluia!!!

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