quinta-feira, 8 de outubro de 2009

AS TESOURAS-DO-CAMPO E A ECOLOGIA:


As tesouras-do-campo são aves tironídeas, de arribação e que, logo no início da primavera (a partir do dia 15 de setembro), chegam ao centro-sul do país, para aqui criarem seus filhotes.Permanecem nesta região meridional até o mês de março, momento em que sua prole já estará plenamente desenvolvida, em condições de acompanhar seus pais no retorno ao ambiente equatorial.Todos os anos, nesta época, fico aguardando a chegada desses pássaros belíssimos que são um destaque ornamental, na entrada da estação primaveril. Ostentam coloração e plumagem semelhantes as da andorinha,tendo como peculiaridade penas alongadas em sua cauda, com mais ou menos vinte centímetros de comprimento.Seu nome advém do fato de, frequentemente, apresentarem, em seus vôos acrobáticos, majestosas exibições, abrindo suas caudas como se fossem tesouras, numa espécie de saudação ou cortejamento umas às outras.Assim como as andorinhas, alimentam-se de insetos. Justamente no começo do calor, quando os mosquitos, as formigas, os gafanhotos e cupins proliferam, esses abençoados passarinhos aparecem, para fazer aqui equilíbrio ecológico e trazer estabilidade à cadeia alimentar do ambiente. Quanta sabedoria de Deus nesses importantes detalhes da natureza!Contudo, nos últimos anos, o número desses pássaros tem sido cada vez menor. Este ano, até agora, sómente pude encontrar um único exemplar - estranhamente solitário. E, a causa principal desse declínio da espécie, reside no egoísmo humano.Em 2006, no condomínio onde moramos, foi feita uma dedetização, nas casas e muros, logo no início da primavera, com a justificativa de que seria para minimizar os incômodos das formigas e outros similares.Como resultado, logo a seguir, encontramos duas tesouras-do-campo mortas, e uma terceira agonizante.Assim procedemos no nosso egoísmo. Consequentemente, temos agora um número ínfimo desses pássaros e o aumento incontrolável  de himenópteros (formigas), miríades de cupins e outros. Talvez os nossos pósteros (netos, bisnetos, tataranetos...) não tenham mais a oportunidade de conhecer essa ave, não somente útil, mas extremamente linda, perdidamente bela. Que pena! Damos a isso o nome de desequilíbrio ecológico. Todavia, é bom que entendamos esse desequilíbrio, não como algo que esteja no espaço físico, na natureza, mas algo que está no homem; exatamente naquele a quem foi dada a ordem de gerenciamento (com sabedoria) sobre todas essas coisas: aves dos céus, motanhas, matas, rios, oceanos, "ad infinitum". O egoismo humano tem agido na contramão, com relação a ordem natural das coisas. A consciência que nos foi dada não é outra coisa, senão, a lei de Deus escrita em nossos corações; contudo, o pecado inverte em nós a polaridade dessa energia potencial. Como resultado, seguimos pelo caminho da autodestruição, repudiamos o caminho pré-estabelecido para o nosso bem e trazemos sobre nós mesmos toda sorte de sofrimentos. O nosso procedimento tresloucado tem chegado às raias da intolerância, por parte da própria natureza. Hoje, estamos vendo, como nunca, o degelo das colotas polares, as devastações dos maremotos, os furacões provocando até a queda de aviões, as chuvas torrenciais com excessivas destruições, terremotos, calor desmedido, nevascas acima do limite e assim por diante. Concomitantemente, vemos ataques de elefantes alucinados, búfalos descontrolados, feras enlouquecidas, touros desatinados, cães e outros animais que atacam seus donos e tratadores!...De onde vem tudo isso? Será que precisamos de mais sinais e avisos de que estamos em flagrante desrespeito às leis da natureza? Deus perdoa-nos os pecados; a natureza, não. Ela é implacável conosco, na sua autodefesa - Gn. 3.17-19, e Deus tem nela recurso para, se necessário, subjulgar nossa descabida arrogância. Será que temos pensado nisso? É suficiente lembrarmos das muitas civilizações da terra que, pela dureza do coração impenitente, foram banidas, varridas para sempre! Deus tenha misericórdia de nós! A Ele toda glória!

2 comentários:

  1. Parabéns pastor por abranger assunto tão atual e urgente, se não nos atentarmos para a questão ambiental em pouco seremos surpreendidos por outras e outras catástrofes,precisamos como nunca cuidar das coisas que o Pai celestial confiou em nossas mãos.

    Um grande abraço
    Janice

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  2. A paz esteja contigo amado irmão, Reverendo Orlando. É com muita alegria que li o artigo sobre as tesouras-do-campo e a ecologia.Quando apreciamos a foto desse lindo pássarinho, sentimos em nossos corações a sublime presença de Deus através da criação. Ao acordar todos os dias, me delicio com o canto dos pássaros,é uma orquestra linda e maravilhosa aos nossos ouvidos. Que Deus na sua infinita misericória, esteja sempre protegendo todas as espícies dessas lindas aves, em particular as tesouras do campo. Receba meus sinceros cumprimentos pelo belo trabalho.Deus lhe abençoe poderosamente amado irmão. Um abraço.
    Paulo Pasini.
    www.compositorpaulopasini.mus.br

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