quinta-feira, 13 de maio de 2010

MÃES MENINAS:


Estimativas do Ministério da Saúde, nos anos 90, falaram de um milhão de garotas grávidas, entre 10 e 19 anos. De cada três meninas uma já era mãe ou esperava o primeiro filho; metade dos quais, não desejado. Aborto, Aids e outras doenças, sexualmente transmissíveis, tinham aumentado de forma assustadora entre os adolescentes. De 90 a 96, a Aids por contágio sexual cresceu 200%. O Congresso dos Psiquiatras, em São Paulo, na época, denunciou o excesso de erotização da sociedade brasileira, estimulada pelos meios de comunicação. "Os filhos não beijam as mães; lambem, como veem na TV", afirmava uma psiquiatra. Segundo outro, a mídia faz parte do "pacote de estímulos" promovendo o amadurecimento precoce do corpo. Pais, médicos, psicólogos e educadores confessam-se em pânico. Sexo passou a puro instrumento de prazer, incentivado sob todas as formas e desvinculado de qualquer responsabilidade. Garotos e meninas são estimulados a satisfazer seus desejos, pouco se importando com o que aconteça depois. Impressiona o número de "pais-avós" obrigados a assumir bebês concebidos pelas filhas muito novas e despreparadas para a maternidade. Há muito, a mãe deixou de ser inspiração de poetas e cantores. Foi monopolizada pelo comércio. Dia das Mães é sinônimo de aquecimento das atividades nas lojas. Só perde para o Natal. De raínha do lar ela passou à promotora de vendas. A volúpia insaciável do lucro desconhece limites. Vende até a mãe! Sofremos a dominação do mercado, deus da sociedade moderna de consumo. Os templos da nova religião são shoppings e bancos. Consumir tornou-se exigência vital, angústia para quem não consegue acompanhar a febre compulsiva de comprar. A ganância consagra o individualismo, exacerba o desejo de ganho rápido, provoca o frenesi de viver intensamente, explorando todas as oportunidades de vantagens imediatas. Por imaturidade as maiores vítimas são crianças, adolescentes e jovens. Ensinados a lucrar depressa e sem esforço, atiram-se de cabeça ao que imaginam trazer rendimento certo e felicidade sem custo. Como lhes falta capacidade de análise, sorvem o mel oferecido na hora, sem antever o fel que virá depois. Falsos amigos, picaretas sob a capa de pessoas ajudadoras, aproveitam-se da inexperiência dos incaltos "clientes". Os pais não conseguem competir com os abutres que rondam seus filhos e filhas. As cosequências são tristementes conhecidas e, o que é pior, arrastadas pelo resto da vida. QUE MOTIVO TÊM MÃES MENINAS DE FESTEJAS O DIA DAS MÃES? QUE ESPERA DA VIDA UMA MENINA QUE, HÁ POUCO, LARGOU O URSINHO PARA CARREGAR NOS BRAÇOS UM FILHO NASCIDO DO SEU ÚTERO? Que futuro se reserva para filhos concebidos em aventura irrefletida e momento impensado? Quem se preocupa com isso?????

Orivaldo Robles/ O Diário do Norte do Paraná/ 08.05.10/ Resumo.

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