quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O CARNAVAL


Festa sem Deus. Repúdio de moral.
Festa de encanto e gozo irracional.
Festa de esquecimento do passado,
De térreo paraíso do caminho largo,
De início doce, mas de fim amargo...
Falsa resposta à voz do coração
De quem não flue de Deus a comunhão.
Festa de todos: de plebeus e nobres;
Festa pagã, de Cristo a negação,
Do dia do Senhor, profanação.


Ressurreição das velhas bacanais
Das torpes lupercais, das saturnais,
Festa de baile de vinho crepitoso
Que morde como ofídio venenoso,
Que tira do homem sério o nobre porte,
Que gera o vício, o crime e gera a morte.
De Vênus tem o culto sedutor,
Que tudo sacrifica em seu fulgor,
Por confundir licença e liberdade
Nos aconchegos da promiscuidade;
Que deixa livre a carne no seu pasto:
O sensualismo aberto mais nefasto.


Festa que volve às danças do passado,
Ao fetichismo pagão desenfreado,
Loucura coletiva, histeria transitória
Que deixa do prazer lembrança inglória.
Festa de trégua do pudor humano
Festa empolgante de prazer insano,
De embriaguez do gozo sem medida,
Onde a pura inocência é seduzida.


Onde o perfume esconde as podridões,
No descontrole louco das paixões,
Onde a esposa honesta perde o siso
E o cavalheiro austero o são juízo,
Onde formosas damas pelas ruas
Exibem, saltitando, as formas suas.
E no "passo" louco e banboleante,
Em convulsão ruidosa e degradante,
Ouvem-se, no "frevo" lascivo, os ditados
Picantes de homens quase alucinados,
De "foliões" audazes, perigosos,
Alguns embriagados furiosos.


Tirando a máscara, muitos, nesses dias,
Revelam através da alegria,
A vida que levaram mascarados,
Com a máscara de homens recatados...
Carnaval! Perigoso carnaval...
Que grande festa e que tremendo mal!
Brasil gigante, toma bem cuidado!
O carnaval é a festa do pecado!
Inspira em Deus, Brasil, a tua sorte
Pois o pecado só trás dor e gera morte.

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