Eu vivo no mundo,
porém, a sofrer;
não tenho outro rumo,
senão, perecer.
Não sou importante,
não sirvo pra nada;
sou nau vacilante,
sou vela apagada.
Em mim não há luz,
só há ilusão;
sou velha inimiga
de toda instrução.
O sábio me esmaga,
destrói a crendice;
pois fala, propaga,
que eu sou tolice.
Com esse destino,
aceito, por fim,
meu único ensino:
não creiam em mim.
Itu/novembro/1980
(Estes foram meus primeiros versos;
por isso mesmo, meu carinho por eles)
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