sexta-feira, 25 de setembro de 2009

QUEIXUMES DA SUPERSTIÇÃO



Eu vivo no mundo,
porém, a sofrer;
não tenho outro rumo,
senão, perecer.
         Não sou importante,
         não sirvo pra nada;
         sou nau vacilante,
         sou vela apagada.
Em mim não há luz,
só há ilusão;
sou velha inimiga
de toda instrução.
         O sábio me esmaga,
         destrói a crendice;
         pois fala, propaga,
         que eu sou tolice.
Com esse destino,
aceito, por fim,
meu único ensino:
não creiam em mim.
         Itu/novembro/1980
(Estes foram meus primeiros versos;
 por isso mesmo, meu carinho por eles)

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